domingo, 12 de outubro de 2014

O tempo passou por mim e eu não vi.
Passou lento e eu tive uma noção
Passou rápido e eu ainda estou lá, só a olhar
Passa agora como se pudéssemos finalmente caminhar juntos
Mas ainda assim, passa um pouco adiantado.
Ele passa nas cobranças dos que nada me conhecem
E se expõe nos feitos daqueles que conheço
Passa em cada análise do meu reflexo
E se lamenta do que já perdi mentalmente
Ele me pôs em coma nos últimos anos
E eu finalmente quero despertar.
Quero despertar no tempo
Mas em um que ainda está para chegar
E ele chegará, só que sua maneira ainda é incerta
Porém tudo o que busco no tempo
É a sua certeza, para que, na minha ilusão
Comece com ele realmente a viver.
E no tempo eles vão vivendo
Cada pedacinho da simples e mísera obsessão
Que tanto toma tudo de mim
Tenho tantos a quem culpar
E por hoje quero apenas ser a vítima.
O tempo passa e tem passado
Trazendo tudo que perco
E levando todos a quem tenho amado
Ele me fez melhor, só que menos aproveitada
Me afirmou, só que sozinha e diferente.
O tempo passou e parte dele me faz brilhar
O tempo passa mas não o encaro como todos a flor da idade
O tempo passará e lá, sorrindo, me projeto
Talvez deva ficar frustrada
Mas o que me resta agora se não planejar
E esperar viver o que todos vivem antes mesmo de eu tentar
Em consolo, para mim, enquanto ele passa, é que no final todos passaremos
Sorria, porém
Pois ele passa agora carregando sua vida
E nos meus olhos passa carregando os desejos de uma.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Sinto que carrego o peso do mundo
A culpa do mundo
E tudo o que os fiz passarem.
E o que me resta, tanto quanto a eles,
Se não lamentar?
Não há o que mudar, desejos apenas
E, ás vezes, deveria ter observado e ficado mais
Mas como não há nada para se fazer
Você pode por a culpa em mim
E somente em mim.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014



  O futuro não me deixa escrever, não me traz bons sentimentos ou qualquer inspiração. O presente é indiferente, porém toda vez que entro em contato com o passado ou com pessoas de hoje que fizeram parte dele, um mundo de sentimentos volta a reinar em mim. Só de pensar na mera existência das tantas memórias e conversas que um dia me fizeram acordar melhor ou dormir pior, faz com que uma avalanche de palavras que eu nem sabia que possuía quisessem saltar para fora. Desesperadamente inícios de conversas querem por muito chamar, mas ao lembrar que já não estou mais no passado e sim no agora, toda a minha vontade se cala. Olho pro agora e é como se visse somente a mim nele. Nem os meus “contra-eu” que tanto costumavam aparecer e falar parecem mais aqui estar. Perdi muita parte da minha vontade e, com ela, se foram muitas das minhas ações. É como se eu uma parte tivesse morrido mas ao perceber isso, tudo o que eu faço é não tentar. Acabaram-se as ilusões de esperar por fontes de inspirações ou da necessidade desenfreada de ter um papel perto por qualquer que fosse os pensamentos. Acho que sem querer, acabei sufocando. Mas quando me lembro de tudo que costumava ser e acontecer, oh não. Ai então é como se diferentes e tímidas janelas com rápidos momentos de vida me lembrassem de como tudo deveria ser, doendo um pouco por saber que nunca mais irão ser. Olho esses rostos e é como se fossem noutra vida. O tempo tem de fato passado muito rápido, e acho que finalmente eu esteja começando a crescer e aprendendo a respeita-lo, e não exigindo o contrário. Me decepciono quando vejo que essa mínima parte que tanto me fazia eu mesma, cansou-se. Talvez eu esteja cansada. E cansada o suficiente pra deixar todo e qualquer motivo me levar pra tudo, menos pra mim. E agora eu sinto o perigo disto. Acho que se fosse para viver a vida o tempo todo como ela é, na sua real e dura crueldade, o sorriso nunca teria sido inventado. Não o meu, pelo menos.
  Meus argumentos andam fracos, minha palavras muito soltas e eu não gosto de nada agora.
  Não há mais o que dizer.