sábado, 23 de julho de 2011


Chora garota, chora
Deite na sua cama e chore.
Chore para te acalmar
Chore para te aliviar,
Pra desabafar

Chore para tirar os pesos das costas
Para expelir o que não agüenta
Chore para tirar todo mal de sua cabeça

E chore de acordo,
Soluce, engasgue
Isso é bom.
Chore somente parar descansar,
Chore porque é o que tem a fazer
Porque não há nada além de esperar.

Mas não no ombro de alguém,
Chore com você
E só com você.
Aperto os olhos enquanto chora,
Lembre-se dos motivos...
Flagelação?
Alivio. Depois que
Se chora, pelo menos
É mais fácil aceitar
Mais fácil decidir.

E quando chorar
Bem, é tão normal nessa idade,
Só chore, se lave
Alivia-te.
E ninguém precisa saber.
  Ela saiu de trás da parede do quarto sorrindo. O cabelo caia nos olhos, ele adorava isso. Vestia as mesmas roupas surradas de sempre, mas o brilho nos olhos era sempre novo. E o sorriso, ah aquele sorriso. Aquele que ao mesmo tempo parecia deformar seu rosto, o completava. Sentará na poltrona de frente para cama, no canto do quarto.
  
  Ele a observava, sentado na cama só com a bermuda curta e larga, com o cabelo preto bagunçado e a cara de sono. Já devia ser umas 5 da tarde e a única coisa que fizeram naquele fim de semana foi ficarem trancados em casa de pijama, falando nada com nada. Como era bom aquilo.
  
  Ele deitou na cama, com as mãos atrás da cabeça. Ela se levantou, com a expressão indefinida, e foi até ele. Colocou as mãos nas paredes e deslizava, parecia estar dançando . Ele a olhava serio agora. Ela chegou nele, sentou-se na beirada da cama, abaixou-se e lhe deu um beijo no pescoço. Pegou o copo d’água que estava no chão, se levantou e voltou a sentar na poltrona.
  
  Ele se sentou, pegou o violão apoiado no canto da parede ao lado da cama e apoiou no colo. Ela o encarava. Ele começou a tocar. Parecia mais estar acariciando o violão, e começou a cantar a música que ela tanto gostava, que tanto a levava para a paz. Ele cantava e olhava para fora, olhava ao longe, não para ela necessariamente. Isso a encantava.
  
  Antes que ele terminasse a música ela se sentou ao lado dele. Abraçou o braço que segurava o violão e encostou a cabeça no seu ombro. Ele foi diminuindo o ritmo da música lentamente, até deixar ela por incompleta, mas na cabeça dos dois ela continuava, e eles continuavam cantando, baixo, sussurrando.
  
  Os dedos dela encontraram os dele. Ele colocou o violão do outro lado da cama e deu a mão para ela. Os dedos deles brincavam, com os próprios encarando suas mãos. Eram peles macias, mas ao mesmo tempo mãos surradas pelas cordas do instrumento e a outra pelo serviço domestico. Eles se olhavam e sorriam e ele percebeu os olhos dela cheios de lágrimas. Se assustou.

   - Por quê?
   - Por que... – e ela sorriu.
  
  Ela o amava, ele sabia disso. Sorriu para ela de volta e passou o braço na cintura dela,  a deitou no seu colo, apoiada no seu peito, e com a outra mão continuaram a brincar, cantando a passagem da música que tanto a encantava...

domingo, 17 de julho de 2011


Você continua inquieto
Levanta, anda de um lado para o outro
Senta de novo, e sua cabeça continua a rodar.
São nomes, palavras, qualquer gesto de carinho.
Você continua a pensar...
Quem sabe não é só imaginação?
Claro, nada mais ob... espera!
Mas essas palavras nunca foram ditas a mim,
Não assim.
Ou foram?
Bem, eu tenho certeza que existe afeto por mim...
Mas era pra ser só por mim!
Seus olhos se enchem de lágrimas.
Mas que droga! Eu mataria um agora,
É só meu, é só minha!
Não procurarei mais também...

Te chamam.
Por que diabos não consigo esconder tanto amor?
Grito o nome.
Acabo por ouvir as mesma palavras bonitas,
De outra forma, mas as ouço...
Me recomponho.
Sinto-me seguro agora e...
O que eles querem de novo?!
Calma, calma...
Eu os tenho de certa maneira e não os perderei
Nem na prática, e nem em sonho
Nunca, por favor.
Por que não consigo esconder e ainda tenho que falar
O tanto que tudo isso incomoda.

É bom quando alguém sente de você
Mas sentir não passa de angústia e precipitações
Acho que é muito amor, muita necessidade de outra pessoa...
Ciúmes, nada mais do que ciúmes.

sábado, 16 de julho de 2011

Carta ao Harry


Querido Harry,

Estamos a 4 dias da estréia mundial do último filme da série e quando eu postar esse texto, provavelmente acabarei de ter chegado da estréia e provavelmente estarei chorando muito. Mas é que eu lembro como se fosse ontem tudo o que eu passei ao seu lado. E eu não digo somente de se aventurar em Hogwarts, na Floresta Proibida, no Lago, na casa dos Weasley’s, não só disso. Eu me lembro do meu crescimento, meu amadurecimento, das vezes em que eu me via em problemas e pensei e penso “o que o Harry faria?” e tento agir da melhor maneira possível, pois você sempre agiu.


Começou cedo essa relação sabe Harry, eu tinha só 9 e quando eu lembro, as minhas reações são as mesmas. Por acaso um grupo de amigos queria ir ao cinema assistir o tal “Harry Potter”, eu já havia ouvido falar, mas nunca havia assistido, e como estávamos entre amigos, resolvi ir. Na hora em que você estava debaixo das cobertas tentando ler um livro escondido dos seus tios, eu me interessei. Quando vi o logo do título, eu sorri. Mas eu lembro que quando vi aquela escola enorme naquele dia de chuva, com o coral e todos aqueles alunos, meus olhos brilharam e se encheram de lágrimas. Eu comecei sem parar perguntar a todos: “Cadê os pais dele?” “Quem são esses?” “Por que essa cicatriz em forma de raio?”, e foi a primeira e ultima vez que algum dia eu precisei perguntar a alguém algo sobre vocês.

Pedi demais para que minha mãe comprasse o primeiro livro para mim e ela comprou, de mal gosto porque achava que eu jamais leria, mas comprou. E em três dias, pela primeira vez na vida, eu li um livro. Engraçado é que há pouco tempo eu peguei o mesmo livro e li em três horas, mas enfim, não foi o único. Emprestei o segundo, e fui comprando todos, até comprar o segundo, ele não podia faltar, claro. E em novembro de 2005, na estréia do quarto filme, eu já estava apaixonada e já tinha uma bela quantia de dinheiro em forma de livros, DVD’s, revistas, álbuns, pôsteres que não acabam, muitas coisas mesmo, e tinha a fama de ser uma “Harrypottera”, porque as pessoas na época me chamavam assim. É tosco Harry, eu sei, mas eu me orgulho disso.

E não parou por ai porque passou seis anos desde a descoberta e eu continuo colecionando: varinha, Mapa, Carta, peças de Xadrez, o que der. E o melhor: quando eu vejo algo do seu mundo, quando ouço falar, quando de repente me transporto pra Hogwarts, a minha ingenuidade, meus olhos brilhando, minha paixão, vem a tona e eu me sinto finalmente em paz, em casa.

Falar do seu mundo é fácil, eu sinto confiança em mim mesma. Viver Hogwarts, viver a sua história, querer estar com você é que é difícil. Quantas vezes eu não quis te avisar do perigo, quantas vezes eu quis te proteger, quantas vezes eu quis te pegar no colo e dizer “Calma Harry, vai ficar tudo bem”, quantas vezes eu não chorei com você! Eu conseguia e consigo sentir o gosto dos lugares, as sensações das pessoas, meu mundo nas mãos. Até eu achei que e algum dia isso iria passar, mas nunca passou. Eu sempre tive você comigo, sempre falei para todos saberem e sempre falarei.

Eu acho meio difícil colocar em palavras tudo, porque é tanta coisa e eu tenho tanto sentimento, que eu choro só de pensar. Eu estou sim, triste demais por saber que é o fim, mas não como achei que ficaria, porque ao contrario da maioria dos fãs, antes de ver como o final, eu me lembro daquele dia no cinema, em que meus olhos brilharam. Vocês com 15 anos pra frente para mim é algo esquisito, porque você, Hermione e Rony sempre serão a minha calma e paz, antes do amadurecimento. E o engraçado é que eu cresci mesmo com vocês e agora passando pelos 15, 16 e quase 17, eu entendo vocês mais do que nunca, e necessito de vocês mais do que isso. Eu sei que Harry Potter a vista das outras pessoas ou é algo infantil ou algo extremamente encantador, mas pra mim hoje em dia, é minha casa. Eu só admiro e agradeço sorrindo, somente isso. E agradeço eternamente tudo o que você me proporcionou Harry, mesmo.

Dizem que o amor só acontece uma vez e que existe amor a primeira vista. O meu já aconteceu. Foi quando meus olhos brilharam e se encantaram com seu mundo, pois ninguém depois disso, conseguiu tal proeza e tal sentimento. Eu posso escrever o que for, mas ninguém NUNCA entenderá, mesmo que seja muito fã, porque é um sentimento tão forte e tão meu, que eu sei que só eu sei.

Então Harry, mande oi para Gina para o Alvo, Tiago e Lílian, mande um beijo para o Rony (e diga que ele foi minha paixão quando criança e adolescente, mas que a Mione não precisa ter ciúmes) para a Hermione, Rosa e Hugo. Mande minhas lembranças a todos os Weasleys, a Luna, Neville, ao pessoal da Lufa-Lufa, Corvinal e até para o Malfoy ser der, para todos. Conte suas historias a seus filhos e netos porque eu contarei aos meus. E proteja e mande minhas lembranças a Hogwarts principalmente, porque eu sinto que meu coração está lá.

Bem, como eu disse, tudo isso não é nada, mesmo. Eu poderia passar uma vida tentando te explicar e não conseguiria Harry, mas eu te agradeço por tudo mesmo, porque se eu sou o que sou hoje, é porque me encontrei em você, no seu mundo.
E nós sabemos que “Harry Potter” não se refere somente a você, mas sim a quase 3.500 páginas de historia, então por tudo isso, eu te amo. Muito mesmo. E de verdade.

Sempre sentirei sua falta, mas sempre saberei onde te encontrar.
E pode esperar que eu vou encontrar.
Obrigado e eu amo você, novamente.

Atenciosamente
Sua maior fã.


P.S.: Eu fiquei e ficarei com você até o final.


terça-feira, 5 de julho de 2011


As pessoas vão e vem
Elas não esperam, não se preocupam
Elas somente seguem seus caminhos.
Elas vão para onde devem ir
Fazem o que devem fazer
Procuram o que parece certo.
Jogam-se para arriscar o que não se tem a perder
Elas não te esperam.

As pessoas vão e vem
De uma parada de ônibus a uma vida
São despedidas de um minuto
E são palavras que parecem eternas.
A verdade é que qualquer pessoa que vai
No nosso interior fica,
Seja uma despedida breve
Ou seja anos eternos para se esquecer
De uma vida.

As pessoas vão e não voltam
E eu espero ter vivido e aproveitado a todas elas
Pois em mim as pessoas vem,
Mas nunca se vão.