sábado, 24 de setembro de 2011

Me contorna


Eu tento fazer contornos
Mas tudo o que sai são linhas desajeitadas;
Tento fazer pequenos objetos
Mas são apenas figuras geométricas;
Quando eu tento pintar rostos
Só eu os vejo nas pinturas
E minhas mãos tentam alguma habilidade
Mas tudo que consigo é sorrir desajeitada

Decidi achar uma nova inspiração
Busquei no natural o que não achava
Funcionou poucas vezes
E tive que achar lugares
Descarreguei em poucos versos o que tenho por eles
Então pensei em músicas
Mas elas sempre se ligam a algo.
Me sentei sozinha e respirei
Consegui apenas contornar meu habitual roteiro.

Parei de forçar de mim o que não consigo
E espero apenas o que sinto chegar.
Não brigo comigo, apenas me espero.
Por vezes tudo me escapa, mas por outras
É como se me abraça e me têm.
Deixei apenas de lado a prioridade
E esperei o que tinha em mim transcrever.
Antes perder minutos com palavras que não se entende
Do que minha noite de sono sufocada em lágrimas.

terça-feira, 20 de setembro de 2011


Sinto que faz bem, 
Se não é você quem sente.
Cansa-se de procurar e implorar
Sofre-se esperando a procura de alguém.
Se diz tanto que me amas,
Sinta-se como eu me sinto.
Saudade é bom quando é sentida
E eu cansei de sentir.
Se tanto me quer, então que me sintas.

domingo, 18 de setembro de 2011

Tola


Apenas aceitando o dia e toda a minha tolice
Toda ela dita, pensada, passada e mostrada
Como se necessitasse de mínima atenção
Agindo de forma tola só para tirar sorrisos
Escrevendo sem sentido conteúdos proibidos
E ninguém entende minhas poucas palavras.
Sendo tola até quando se ouve música
Afogando inspiração e tumulto em versos soltos
A tolice maior é escrever sem intenção
E me dizerem que no fundo há verdade
Por trás das minhas historias mal contadas.
Na tolice da minha sabedoria
Que faz ser tola para convencer
Na tolice de não querer descobrir o novo
Só porque coisas lembram pessoas
Na tolice das horas pensadas
Sobre o controle que eu não tenho
E sobre o quanto ser tolo te faz chorar e diminuir-se
Seja por fraqueza e desespero
Ou porque foi ingênuo, quando tudo era ingênuo
Quando em mim, não existia tanta tolice.

sábado, 17 de setembro de 2011


Você é como um segredo
Que eu quero guardar apenas aqui dentro
Só para ter a certeza que depois
Que a confusão passar,
Eu possa deixá-lo ir sabendo que
Algo bom de mim
Continua em você

Para que quando eu me lembrar
E você se lembrar,
Seja apenas um velho segredo
Seguido de um novo sorriso.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011


Às vezes eu acho que quero desistir
De tudo apenas
Do que eu não sei,
Das desculpas que já não sei se devo pedir
E de quando resolvo agir
Algo me derrubar.
Às vezes eu penso nas coisas como elas são
Como tenho agido,
Como eles agem.
Pensando bem, é mesmo difícil agir
Porque na cabeça nós voltamos às cenas
Mudamos os detalhes e tudo fica bem.
Às vezes eu quero apenas passar por certas coisas
Como se contasse para elas começarem e terminarem
E para experimentar.
Às vezes eu me testo, eu me desafio e eu me decepciono
Comigo mesma
Eu me decepciono você se decepciona e todos são assim
Em um ciclo
Decepções, surpresas, apatia
Minha empatia.
Às vezes eu sinto, somente, pequenas coisas
Percepções, às vezes eu sinto os seus sentimentos,
Alguns sentimentos.
Por vezes, não mais que algumas vezes, eu quero apenas estar, olhar,
Por várias vezes...

domingo, 4 de setembro de 2011

 
De longe nunca bonita
Me traz lembranças
Das que eu não sei.
É difícil me sentir assim
Tão aguardando o que não será.
Fácil viver em outra vida
Com tudo pago e já gasto,
Fácil viver meus pensamentos
Quando meus sonhos parecem perto
Para se alcançar.
Parece coisa de Tv
Tanta vida e movimento
Perdidos em um céu e em vidas escuras
Perdidos aonde deveria haver vida.
Mas me encanta ver o quanto pode ser bom,
Me amedronta o quanto posso me perder.
Sonhos ainda apenas e somente sonhados
Dos quais vivo fácil
Dos quais posso tocar.
Lugar de muito longe o dos sonhos
Mas me basta outro solo para sonhar,
Me basta olhar o quanto é claro e quanto brilha
As luzes dessas cidades!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011


Quando você sorri
É como se algo bom, finalmente
Nascesse em mim
E então eu me sinto aliviada
Por uma vez.
Mas quando se passa sério,
Com olhos que vagam e
Com meu nome estampado em sua face,
É como se algo me entristecesse,
E pela primeira vez
Eu me culpo por você,
Mais uma vez.