sábado, 21 de maio de 2011

Insegurança


Parado olhando nos olhos tendo que falar algo.
As palavras não saem, é o medo de dizer o que não deve.

Sentada em um banco no meio de todas as pessoas. Olhou para o lado.
Nada de interessante, só olhos curiosos que a olhavam.

Tentando se abrir, medo de ser julgado.
E se percebem sua voz fraquejar, o que fará?

Saindo na rua, andando o mais rápido possível. Seu cabelo nunca está bom, 
suas roupas nunca são legais.
Todos riem.

Jogando com todos, seus passos não são bons.
E se alguém que não deve estiver olhando, se estiver sendo vigiado?

Escreve, escreve, escreve. Acha lindo o que escreve. Quer mostrá-los.
Mas e se a estranharem? Vão duvidar, é certeza...

Tentou uma roupa nova, mas não quer ser a atenção.
Todas notaram menos quem deveria...

Partiu com as amigas. Imaginou estar exagerada no visual, queria parecer simples, 
e não chamativa.
Acabou sendo a com pior maquiagem, sapato e papo, entre todos.

Tentou compor uma música, mas não toca nada.
A letra ficou clichê... ah que se dane também.

Medo de encarar. Olhou baixo, inventou uma desculpa e sorriu.
Se não fosse a cara de merda entregar, ninguém teria percebido.

Conversou, rio, saio com os amigos, olhou pra garotas.
Mas no fundo se sentiu humilhado. Jamais seria bom o suficiente...

Encostou a cabeça na parede na hora do banho e deixou suas lágrimas rolarem com a água.
Fez sua prece pra um dia melhor.

Levantou a cabeça, engoliu o choro, vestiu sua blusa preta e saiu para mais uma manhã.
Tudo se ajeitaria, ele não tinha fé, mas contava de coração com isso.

Ela sentou na cama, agarrou o urso, encolheu-se no cobertor e chorou baixo.
Logo em seguida adormeceu. E o urso já estava no chão.

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