terça-feira, 17 de janeiro de 2012


Quem sabe um dia eu me canse de me cansar com os outros e largue tudo para trás.
 
Quem sabe um dia eu não vá morar num campo. Em uma casinha no topo de uma montanha, cercada de flores tendo um periquito como animal, precisando pensar somente se um dia a montanha irá desmoronar e se terei que mudar dali...
 
Talvez eu me mude então para a praia, vá morar no litoral, onde tenha uma pequena casa arejada aonde eu possa apenas andar de vestido, sente-me sobre as pedras todos dos fins de tarde e então veja o pôr-do-sol esperando o dia que o mar subirá tanto que terei que me mudar de novo...
 
E então eu irei para longe daqui, aonde a cidade tenha muitas luzes e uma grande avenida onde eu possa andar admirada me imaginando em uma cena de cinema da década de trinta, que quando eu sente em um banco tomando sorvete, eu ouça todos conversando e não entenda quase nada, para então sorrir.
 
Se essa cidade acabar? O mundo então estará acabando. Só sei que quando eu acabar, eu quero que todas essas saudades me passem. Que me passem “parabéns”, me passe boas palavras, me passe o cheiro do mar e me passe a minha futura vida vivida. 
Quero morar nessas casas e, vendo tanta coisa ruim hoje em dia, na paz eu quero morar.

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