quarta-feira, 5 de outubro de 2011


Alguém?
Voluntários à caridade contra o desespero
Que queiram apenas amparar ou salvar outros
Alguém se candidata?
Me tirar de casa pra algum lugar longe
Quem sabe pra qualquer anônima ou desconhecida casa
Que queira ouvir um pouco de futilidades e manhas?
Alguém que queira
Nos tirar dessa mesmice, dessa chatice
Me tirar de quem me colocou aqui
Alguém que às vezes queira se perder também
Sem precisar do papel de responsabilidade
Que te leve pra longe dos gritos e berros
Que não se importe em te ver de cabeça baixa;
Talvez conheça esse alguém
E talvez esse alguém queira me levar também
Mesmo que indiretamente, com palavras já seria bom.
Não importa onde fosse
Se você me levasse, eu iria agora
Por mais que meu dever fosse ficar e ajudar
Cansa. Uma hora cansa... Espere um tempo, passará
Mas agora só quero ir embora
Ser levada daqui
Pra um campo... Uma montanha... Uma praia deserta
Não precisa ser longe e nem de verdade
Mas fato é que eu quero alguém que agora vá comigo,
Que não me conheça profundamente pra não me estranhar
Mas que não seja desconhecido pra poder se interessar.
Alguém que converse sem aconselhar
Mas que ouça preocupado
Que demonstre a necessária atenção que meu desespero
De ir embora, merece.
Não sei o que mais fácil ou apropriado agora
Me colocar onde devo e deixar
Ou fazer o que me resta, que seria convicto
O que eu quero?
Fugir com alguém talvez... Mas só talvez
Agora, nesse dia, nessa escrita, pra ontem e quem sabe ate amanhã
Não pra namorar, pra rir, ou pra me entender
Pra eu poder olhar, brincar com as mãos
Me sentir menos responsável ou com deveres também.
Queria ir embora apenas
Pra longe deles que me cobram
E pra perto de quem não me questiona
Só me admira, só me faz rir
Alguém que eu quero conversar
Com quem é tão bom poder conversar...
Voluntaria-se a me levar?
Sem malas, permissões, avisos, anúncios ou outdoors
Somente me levar seria o suficiente.

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